Entre versos improvisados mostrarei um pouco do que ví sobre a hitória do meu Avô Pantaleão, pois quando criança ouvi muitas histórias de sua gente, de sua naturalidade, de sua paixão por Cabrobó-PE e do cuidado na manutenção da nossa história. O verso se intitula de:
NÃO VÍ, MAIS PARECIA ESTAR LÁ
ALGUÉM PODE ACHAR IMPOSSIVEL
MAIS TE DIGO QUE É NÃO
SÓ VIVENDO OS MOMENTOS DAS GRANDES ILUSÕES
PRA SABER QUE IMAGINAR É O MESMO QUE SONHAR
QUALQUER CRIANÇA CONSEGUE
E PRINCIPALMENTE QUANDO ALIMENTADA DE IDÉIAS
POIS QUANDO UM VELHO DIZIA DE SUAS HISTORIAS
A CRIANÇA A ESCUTAR, TRANSFORMAVA TUDO QUE QUERIA
EM RANCHO OU ATÉ MESMO
NA DOR QUE PODIAM ESTAR
A TERRA BOA, SOFRIDA E GENEROSA
COMO PODE ALGUM LUGAR
AGRUPAR SEM SEPARAR
TANTOS ADJETIVOS A SE OLHAR
NOS ROSTOS SUADOS DAQUELE POVO
E NA MÃO CALEJADA, FICAVA A ESPREITAR
QUE SE O SUCESSO FOSSE SAIR DE LÁ
COM CERTEZA FICARIA LÁ
POIS DAS HISTORIA QUE ESTAVA A ESCUTAR
DAQUELE QUE TANTO AMADO POR SEUS NETOS
O SR JOSE PATRÍCIO FICAVA O DIA TODO A FALAR
E LÁ VINHA O SENHOR PANTALEÃO MEU PAI A EMENDAR
VEZ POR OUTRA CHEGAVA PERTO E DANDO ALGUNS TOQUES
FICAVA SEMPRE A AGUÇAR, AS LEMBRANÇAS DO MEU AVÔ
PARA QUE DE NADA ESQUECESSE
HISTÓRIAS COMO A DO PÉ DE UMBUZEIRO, QUE DIZIA SER ASSOMBRADO
OU DE LUZES OU VOZES QUE FICAVA A ESCUTAR
AQUELAS COISAS MEXIAM COM MINHA CABEÇA
E SEMPRE MINHA IMAGINAÇÃO IA POR LÁ
OLHA GENTE MAIS VIA TANTO SOFRIMENTO
MAIS SABE O QUE EU VI POR LÁ
A FAMILIA
ERAM TODOS JUNTOS, NINGUEM A SE SEPARAR
DIAS DIFICIES, DIAS FARTOS, DIAS ATÉ MESMO DE CHORAR
MAIS COM MUITA FÉ E AOS PÉS DO HORATORIO
FICAVA MÃE ROSA A CLAMAR
“O MEU SÃO PEDRO, MANDA CHUVA PRA NOIS
QUE TAMO A ESPERAR”
OLHA QUEM NÃO LEMBRA DO DIA QUE FOMOS OBRIGADOS
A COMER AQUELE CUZCUZ, MAIS NÃO ERA DE MILHO NÃO
AQUILO QUE ORA BRINCAVAMOS, PARA QUEIMAR AS MÃOS
SERVIO PRA NOS ALIMENTAR NAS SECAS DE 60
QUE FOI O MUCUNÃ,
MAIS MAROCA NO CUIDADO DOS FILHOS
SEMPRE ATENTA ESTAVA
EITA NÓIS TA DIFICU MAIS CHEGA LÁ
DONA MAROCA E ZÉ PATRICIO LEVA SEUS FILHOS
JÁ SEM ESPERAR E SEGUE PRA MELHORAR
FORAM PARAR EM BELEM
E COMEÇARAM A PLANTAR
O QUE ANTES ERA FALTA
AGORA EM AMBUDÃNCIA, PODIAM COMEÇAR A PLANTAR
AOS PÉS DO VELHO CHICO, ESCREVEU-SE UMA NOVA HISTORIA
E COMO SEM ESPERAR, DANDO APENAS UM ADEUS
DONA MORACA DEIXOU SEUS FILHOS POR LÁ
TRILHANDO UMA NOVA JORNADA
FICANDO APENAS A OLHAR
A VIDA ANDOU
O TEMPO PASSOU
E PANTALEÃO, CASANDO COM DONA NEGUINHA
VAI MORAR EM CABROBO E COMEÇA A FAMILIA A FORMAR
SANDRO CARLOS (1965) SANDRA KATIA (1967) SANDRO JOSE (1970) PANTALEÃO FILHO (1972) MARCOS ROBERTO (1973) ROBSON GLAY (1975) E COMO SEM NEM ESPERAR JÁ MORANDO EM JUAZEIRO MARGARETE POLIANA NASCE EM (1976) ufaaa... É MUITA GENTE
NASCEU DAÍ ESTA GERAÇÃO QUE SÓ TEM AUMENTADO
E PASSARAM A USAR O SOBRENOME DE PATRÍCIO
SEUS FILHOS, NETOS E NORAS
E OUTRAS GERAÇÕES QUE ESTARÃO POR VÍ
PANTALEÃO FOI
AGRICULTOR, OFICIAL DE JUSTIÇA, FUNCIONARIO DO SESP, TRABALHOU NA BARRAGEM, VIAÇÃO ITAPEMIRIM E AINDA HOJE COMERCIANTE
ESTE É APENAS UM JEITO DE DIZER
EU NÃO ESTAVA LÁ
MAIS VÍ ATRAVÉS DOS SEUS OLHOS
E O QUE PUDE ESCUTAR
Parabéns Sandro Patrício pela iniciativa de nominar o Edifício com o nome de seu pai Pantaleão Patrício Neto e de reconhecer a fortaleza que seu pai foi e é, sempre sendo guarita de segurança para seus filhos e aqui mais uma vez você transformou historia em pedra, solidificando toda uma geração de poetas de sua própria historia, condicionando seu sucesso ao sentimento, valorizando raízes e demonstrando que a família esta presente em tudo em sua vida.
